"Vencer o Real Madrid com quatro gols do seu time no Santiago Bernabéu é para poucos. Eu consegui".
A frase é de Paulo Sérgio, ex-Corinthians e seleção brasileira, e foi dita no momento em que a televisão mostrava lances da vitória do Ajax por 4 a 1 sobre o Real Madrid, em duelo da atual edição da Liga dos Campeões. Na tela, outra imagem exibia o brasileiro David Neres comemorando um dos gols. É a senha para Paulo Sérgio sorrir e voltar a falar.
"Eu também fiz, pode procurar".
Paulo Sérgio ajudou mesmo a calar o estádio do Real Madrid no começo de 2000, ano em que o time merengue ergueu a taça da competição, mas amargou uma derrota por 4 a 2 para o Bayern de Munique, campeão europeu e mundial na temporada seguinte.
A passagem é emblemática. Mostra que Paulo Sérgio fez mais do que parece. Revelado no terrão do Corinthians, foi campeão brasileiro em 1990, antes de viver seus melhores momentos da carreira na Europa. No Velho Continente, vestiu as camisas de Bayer Leverkusen, Roma e Bayern de Munique, num total de nove anos de forte concorrência com astros do futebol mundial.
Polivalente numa época em que poucos jogadores cumpriam várias funções táticas, Paulo Sérgio ainda ganhou espaço na seleção brasileira de Carlos Alberto Parreira. Na Copa de 1994, atuou por 22 minutos e escreveu seu nome na galeria dos campeões mundiais pelo Brasil, que, somado ao título do Bayern, colocam o ex-meia-atacante num rol ainda mais restrito: o dos bicampeões do mundo.